ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 21.12.1993.

 


Aos vinte e um dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Ses­são de Instalação da Segunda Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Primeira Legislatura. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Dé­cio Schauren, Divo do Canto, Eliseu Santos, Elói Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Gerson Almeida, Guilher­me Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda e Jacão Machado. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e instalada a Segunda Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Primeira Legislatura. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências e 03 Pedidos de Informações nºs 192, 193 e 196/93 (Processos nºs 3023, 3024 e 3048/93, respectivamente); pelo Vereador Eliseu Santos, 01 Pedido de Informações nº 94/93 (Processo nº 3026/93); pelo Vereador Jacão Machado, 01 Pedido de Informações nº 195/93 (Processo nº 3047/93); pelo Verea­dor Jair Soares, 01 Pedido de Providências e 01 Pedido de Informações nº 199/93 (Processo nº 3077/93); pelo Vereador João Dib, 02 Pedidos de Informações nºs 197 e 201/93 (Processos nºs 3061 e 3096/93, respectivamente); pelo Vereador Luiz Negrinho, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Mário Fraga, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Milton Zuanazzi, 01 Pedido de Providências e 01 Pedido de Informações nº 198/93 (Processo nº 3066/93); pelo Vereador Pedro Ruas, 01 Pedido de Informações nº 200/93 (Processo nº 3087/93); pelo Vereador Wilton Araújo, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios nºs 260/93, da Câmara Municipal de Venâncio Aires; 366/93, do Gabinete da Chefia de Polícia, Divisão de Comunicação Social; 423/93, do Diretor-Presidente da Companhia Riograndense de Turismo; s/nº, da Direção do Sindicato dos Administradores no Estado do Rio Grande do Sul; s/nº, do Rotary Club de Eldorado do Sul. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi ini­ciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 24/93, por vinte e nove Votos SIM, após ter sido discutido pelos Vereadores Pedro Ruas e Wilton Araújo e encaminhado à votação pelo Ve­reador João Verle, tendo votado os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Divo do Canto, Eliseu Santos, Elói Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Airto Ferronato, Jair Soa­res, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Letícia Arruda, João Motta, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, João Dib, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas, Wilton Araújo e Mário Fra­ga e tendo sido, este Projeto, submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Wilton Araújo. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 24/93. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 15/93 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador Luiz Braz, teve adiada sua discussão por uma Sessão. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/92 que, após ter sido discutido pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz, foi retirado de tramitação a Requerimento, aprovado, deste Vereador. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Antonio Hohlfeldt, de Voto de Congratulações com o Professor Ático Chassot, por sua posse como novo Diretor Pedagógico do Colégio Is­raelita Brasileiro; solicitando que seja encaminhado ao Movimento Pró-Centro Livre de Cultura, uma Moção de Apoio desta Casa, por suas atividades em prol da recuperação do antigo perfil da Vila do IAPI; do Vereador Divo do Canto, de Votos de Congratulações com a Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Eldorado do Sul, com a Associação dos Trabalhadores Portuários Aposentados de Porto Alegre, com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Carvão de São Jerônimo, com a Associação Beneficente dos Aposentados e Pen­sionistas de Alvorada e com a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Cruz Alta, pela passagem de seus aniversários de fundação; do Vereador João Dib, de Votos de Congratulações com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, FIERGS, por mais uma edição da outorga da Medalha do Mérito Industrial a empresários, com o Doutor Luiz Carlos Mandelli, por lhe ter sido outorgada a Medalha do Mérito Industrial do Rio Grande do Sul, pela FIERGS, com o Engenheiro Humberto Busnello, por lhe ter sido outorgada a láurea “Engenheiro do Ano - Edição 1993”, área privada, com o Doutor Samuel Burd, por sua reeleição para Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, com o Doutor Israel Lapchick, pela reeleição para Presidente do Conselho das Entidades Judaicas do Rio Grande do Sul; do Vereador Jocelin Azambuja, de Votos de Congratulações com o Jornal Correio do Povo, pela reportagem fotográfica de Édison Vara, pu­blicada na edição do dia nove do corrente, com o 4º Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar, pela ação do PM Daniel de Barros na prisão de um traficante, ocorrida dia oito do cor­rente, com o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS, pela passagem dos cinqenta anos da Faculdade de Filosofia, e com a Fundação de Ciência e Tecnologia, CIENTEC, pela passagem de seu aniversário; do Vereador José Gomes, de Voto de Congratulações com o Soldado Daniel Costa de Barros, do 4º Regimento de Polícia Montada, pelo recebimento do Troféu “Panóplia”, por sua atuação no atendimento de uma ocorrência, dia oito do corrente; do Vereador Mário Fraga, de Voto de Congratulações com o Deputado Valdir Fraga, por sua posse na presidência do Nonoai Tênis Clube; do Vereador Nereu D’Ávila, de Voto de Congratula­ções com o Doutor Milton dos Santos Martins, por sua eleição como Presidente do Tribunal de Justiça do Estado; do Vereador Pedro Ruas, de Votos de Congratulações com o Doutor Guinter Spode, por sua eleição e posse como Presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, com o Doutor Ederon Amaro Soares da Silva, por sua posse como Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados, com o Doutor Luiz Fernando dos Passos, por sua posse como Inspetor Regional do Ministério da Justiça. Ainda, foi rejeitado Requerimento do Vereador João Verle, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 87/93 seja consi­derado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transportes e Habitação, por oito Votos SIM contra dezessete Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Verle, Gerson Almeida, Clóvis Ilgenfritz e Antonio Hohlfeldt, votado Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Letícia Arruda e Jacão Machado e optado pela Abstenção os Vereadores Pedro Américo Leal e João Motta e tendo sido, este Requerimento, submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Mário Fraga. Também, foi apregoado Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, de Moção de Repúdio à posição dos Ministros Ilmar Galvão, Cel­so de Mello, Moreira Alves e Octávio Galloti, que votaram a favor do mandado de segurança impetrado pelo ex-Presidente Fernando Collor, o qual foi retirado pelo Autor. Nada mais haven­do a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os traba­lhos às quinze horas e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Wilton Araújo e Airto Ferronato e secretariados pelos Vereadores Airto Ferronato e Clênia Maranhão. Do que eu, Airto Ferronato, lº Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Wilton Aráujo): Havendo número regimental, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão e instalada a 2ª Sessão Legislativa Extraordinária da XI Legislatura.

Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1765/93 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/93, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que acrescenta parágrafo único ao artigo 15 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992 (Código de Edificações de Porto Alegre), e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Jair Soares: pela aprovação;

- da CFO. Relator Ver. João Verle: pela aprovação de Projeto.

 

Observação:

- Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da Lei Orgânica do Município.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 024/93. (Pausa.)

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O objetivo de comparecer à tribuna é simplesmente para refletir a importância da aprovação deste Projeto em que também consta uma emenda de minha autoria. Essa emenda surgiu das colocações feitas pelo nobre Líder do PT, Ver. João Verle, e o Líder do PPR, nesta Casa, Ver. João Dib.

S. Exª, Ver. Dib, há bastante tempo já havia feito colocações no sentido de que o presente Projeto tivesse todos os méritos para ser aprovado, mas, para que não fosse trazida uma situação absolutamente nova e, talvez, colocado algum nível de dificuldade em termos da burocracia a ser exercida ou daqueles que porventura estivessem numa situação irregular, até então sem o saber, deveríamos ter um prazo maior para a vigência da lei que este Projeto esboça.

Na sugestão do Ver. Dib, encontrei também a idéia do Líder do PT, nesta Casa, e, em função disso, Srs. Vereadores, peço, além da aprovação do Projeto, a aprovação da Emenda nº 01, surgida basicamente dessas duas Lideranças por todos de nós conhecidas. Acrescento apenas que este Projeto foi minuciosamente examinado pelos técnicos da Previdência Social, o que motivou o envio de correspondência do então Ministro da Previdência, Dep. Antonio Brito, que diz textualmente o seguinte, datada do dia 2 de dezembro de 1993: “Sr. Vereador. Receba os meus cumprimentos pela iniciativa da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre do Projeto de Lei que acrescenta parágrafo único ao art. 15 da Lei Complementar nº 284. Tal medida está de acordo com a política do Ministério da Previdência Social na busca de maior arrecadação e garantia dos direitos sociais da população. Desejo sucesso na aprovação do Projeto de V. Exª. Cordialmente, Antonio Brito, Ministro de Estado.”

É importante salientar, por fim, Srs. Vereadores, que este Projeto determina a impossibilidade de que maus empreiteiros, maus empregadores, maus patrões, consigam exercer livremente a sua atividade sem jamais saldar a sua dívida social.

Finalizo, salientando que tivemos o apoio, a colaboração, o auxílio da Associação dos Magistrados do Trabalho; da Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas; da OAB - Secção RS e do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, representado aqui, hoje, pelo Dani Rudnick, que está na nossa galeria. Registro o agradecimento também, Sr. Presidente, do apoio recebido das diversas Bancadas que têm assento nesta Casa, não só na elaboração, mas fundamentalmente na colocação deste Projeto hoje em votação e em especial ao Ver. Lauro Hagemann. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu fiz questão de vir discutir este Projeto do Ver. Pedro Ruas que já tem história no Legislativo desta Cidade e também no Executivo, uma lei que foi projeto de minha autoria lá pelo ano de 84, se não me falha a memória, e nós aprovamos com o amplo apoio da Câmara Municipal um Projeto de Lei que incluía entre as obrigações para a retirada, ou obtenção da Carta de Habilitação, o item era o certificado, uma declaração por parte do Sindicato dos Empregados da Construção Civil, onde dizia estar este empregador quites com todas as obrigações sociais, trabalhistas, enfim.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Peço desculpas por interromper o seu discurso, mas há necessidade de que eu faça um registro também de desculpas por não ter referido a iniciativa brilhante e também louvável de V. Exª, há muitos anos atrás, nesse sentido. Foi uma omissão involuntária deste Vereador na tribuna. V. Exª tem toda razão.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Neste período de 84, da aprovação da Lei, até o ano de 87, se não me falha a memória, essa Lei vigorou, e vigorou porque ainda era na égide da antiga Constituição. Logo que aprovada, foi inquinada a inconstitucionalidade, e ocorreu um processo extenso e longo, infelizmente, para os trabalhadores da construção civil, que tinham, objetivamente, naquela Lei, um anteparo: seu Sindicato fiscalizava a ação dos construtores, dos empregadores. Tenho certeza de que, naquela época, se muitas coisas foram malfeitas, ou muitas das empresas não pagaram as obrigações sociais, muitas vezes até desapareciam, porque muitas empresas, pequenas empresas que subempreitam até hoje as obras, a sua estrutura cabe dentro de uma pasta, ou dentro de uma caminhonete. Esse era um dos perigos para o qual naquela época nós alertávamos. Desapareciam as empresas porque sequer uma solidez ou um endereço da superempreiteira existia. Mas, durante esse período, vigorou a Lei, e muitas coisas pudemos verificar, entre elas, a necessidade objetiva de uma fiscalização das obrigações sociais e do próprio instituto que ora é pretendido pelo Ver. Pedro Ruas. Encaminhamos, porque já temos essa experiência, favoravelmente e relataremos, porque foi até uma ironia do destino, de quando era Secretário de Obras de Porto Alegre, ainda em pleno vigor a Lei. O Sindicato, que congrega os empreiteiros e que havia inquinado a inconstitucionalidade, acabou ganhando no Supremo Tribunal, em última instância, e deixei de cumprir a Lei, de minha autoria, enquanto Secretário de Obras.

Então, foi uma ironia do destino. O autor da Lei acabou tendo de abrir mão dessa prerrogativa dos trabalhadores naquele momento. Mas o Ver. Pedro Ruas, a tempo e à hora, tenta restabelecer, senão no todo, mas em parte, essa fiscalização do Poder Público e dos próprios sindicatos, que estarão atentos ao transcorrer do processo. É muito boa a iniciativa e tenho certeza de que, a partir dela, dado que a Constituição mudou, não haverá mais o vício de inconstitucionalidade que havia naquele momento. Deveremos avançar nesse sentido, não só nesse ponto, como também, no próximo ano, quero ser parceiro de V. Exª em outros pontos em que os trabalhadores devam ter a proteção do Poder Público do Município. Acho válida a sua iniciativa e peço a todos que votem a favor. Era isso. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo): Encerrada a discussão. Em votação o Proc. nº 1765/93 - PLCL nº 024/93. (Pausa.)

O Ver. João Verle está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não há a menor dúvida de que a intenção do Ver. Pedro Ruas ao apresentar este Projeto é a melhor possível. É um projeto de muitos méritos. A preocupação do Vereador com a Previdência, que o Município exija para a concessão de “habite-se” certidão negativa de débito junto ao órgão de seguridade social e certidão negativa da pendência de execução de dívida trabalhista, é perfeita. Os Poderes têm de se auxiliar para que se cumpra a legislação, mormente nesses aspectos relacionados com os direitos trabalhistas fundamentalmente. Na Comissão de Finanças e Orçamento fizemos um parecer favorável, no entanto, permitimo-nos levantar algumas dúvidas. O Vereador autor do Projeto já referiu desta tribuna, inclusive apresentou uma emenda com a qual concordamos integralmente. A Bancada do Partido dos Trabalhadores votará favoravelmente a este projeto, entendo o seu mérito. No entanto, deixamos claro ao Ver. Pedro Ruas que o Executivo examinará com mais vagar a operacionalidade, inclusive, dessa lei e, se for o caso, regulamentará ou, se houver qualquer dificuldade, não podemos assegurar que não possa haver veto parcial ou total. No entanto, nos comprometemos de assegurar, Ver. Pedro Ruas, a oportunidade de discutir se surgirem essas dificuldades com os órgãos encarregados de aplicar essa lei para que se dirimam as possíveis dúvidas. Infelizmente, agora, não foi possível estabelecer esta discussão porque, pelo art. 81, o Projeto foi trazido pelo autor à Ordem do Dia e será votado hoje. Terá o nosso voto, mas é importante que registremos esta dúvida. É mais do que qualquer contrariedade ou qualquer oposição ao Projeto do Vereador, que nos assegura perfeito. E, por isso, recomendamos sua aprovação. Vamos votar a favor e sugerimos aos Srs. Vereadores que votem favoravelmente. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais oradores inscritos para encaminhar. Este Vereador solicita votação nominal para o presente Projeto.

Com a palavra o Sr. Secretário.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 29 Srs. Vereadores votaram SIM.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLCL nº 024/93.

(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Divo do Canto, Eliseu Santos, Elói Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Airto Ferronato, Jair Soares, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Letícia Arruda, João Motta, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, João Dib, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas, Wilton Araújo e Mário Fraga.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda n° 01 aposta ao PLCL nº 024/93. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1209/93 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/93, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera dispositivo da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei Complementar nº 209, de 28 de dezembro de 1989.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela rejeição do Projeto;

- da CFO. Relator Ver. João Verle: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando que o PLCL nº 015/93 tenha adiada a sua discussão por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1468/92 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/92, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que institui o Sistema Municipal de Controle do Uso do Espaço do Visual Urbano e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 06 ao Projeto. Com Substitutivo nº 01 com Emenda nº 01.

 

Observação:

- Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 021/92. (Pausa.) Com a palavra, para discutir, o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Este Projeto intitulado “Sistema Municipal do Controle do Visual Urbano” é um projeto que vem sendo gestado e discutido na Administração, no meio empresarial que trabalha com a comunicação, que trabalha com a propaganda e também em todos os setores da Administração Municipal.

Em 1985, vejam bem, Srs. Vereadores, no Governo Mário Covas, em São Paulo, um Vereador do PSDB, bancada atual do Ver. Antonio Hohlfeldt, fez um projeto de lei que é muito importante para as comunidades, não só das grandes cidades, mas também das médias e pequenas cidades. Trata-se de um assunto que, modernamente, preocupa a todos os setores da população, as administrações, os empresários da área da propaganda, do “marketing”, da comunicação visual, e foi engavetado esse Projeto pelo governo progressista, entre aspas, do Prefeito Jânio Quadros. À época, sensível aos interesses das empresas de propaganda, o Governo Jânio Quadros fez um projeto semelhante ao que aprovamos no fim do ano passado aqui; um projeto que transformava o decreto, que regulamentava o uso dos espaços na cidade, em lei. E me passaram uma rasteira, porque tínhamos um projeto discutido, que criava um sistema num processo amplo, que é importante para os empresários, que é importante para a Administração, para a população. Um projeto abrangente, que não tem interesses escusos, que não está trocando voto por painel, nem por outdoor, um projeto sério, que toda a Câmara tinha o direito de discutir o ano passado. Só que, como entrou um projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt, apoiado por outros Vereadores, que transformava um decreto do Prefeito em lei, nós entramos em rota de colisão: dois companheiros de bancada discutindo a mesma coisa. Isso era incompreensível, era inadmissível. Aí, foi feito um pedido do Governo e do Ver. Antonio Hohlfeldt, através do gabinete da Secretaria do Governo, comandado pelo companheiro Corbellini, que discutiu com as Secretarias, com a comunidade, e deu carta branca para votar este Projeto, porque era bom. Mas, na última hora, com esse incidente de percurso, o Antonio Hohlfeldt e eu chegamos a uma conclusão. Naquele momento de conflito aparente, nos reunimos durante 48 horas - eu, ele, a Assessoria, as pessoas do Governo - e fizemos um substitutivo ao projeto nosso para tentar uma solução. Os senhores empresários, os mesmos empresários que deram um bolinho de Natal para cada Vereador, estão equivocados com tudo o que está acontecendo. Alguns deles, muito atrasados, ligados a um processo imediatista, e que não tem nada de modernidade, nada de científico e nada de universalizante, nada que, realmente, seja bom para a população. Esses empresários, à época, convenceram alguns Vereadores de não retirar o projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt, e aí ficou o projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt em votação enquanto eu e ele tínhamos combinado de retirar os dois para discutir neste ano. Acabou sendo votado aquele projeto, embora o Vereador tenha ficado constrangido, porque ele queria retirar, mas outros Vereadores não deixaram, e nós, neste ano de 1993, em 15 de fevereiro, reinscrevemos o projeto só que, para evitar qualquer problema, o mandamos para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para o Governo examinar e emitir parecer. A Secretaria mandou um técnico, que está aqui conosco hoje, que tem conhecimento profundo de causa, para representá-la, o ano todo, junto ao nosso gabinete, para discutir os detalhes deste Projeto. Para surpresa nossa e dele, em novembro, o Governo resolveu que não iria mais apoiar o projeto do Vereador e que iria mandar um projeto feito por ele, Governo, porém idêntico ao do Vereador. É uma situação que eu venho agüentando e que acho que não é boa, mas não dá para ficar camuflando. O que aconteceu? Nós, em novembro, vimos esse fato e mandamos o projeto novamente para tramitação; fizemos um substitutivo para tentar acumular todas as propostas vindas da SMAM e do Planejamento, da Verª Helena Bonumá e de outros Vereadores, e fizemos um substitutivo, que está em votação hoje. Novamente, estamo-nos vendo constrangidos. Há um processo que está sendo comandado de fora para dentro, infelizmente, com um ofício que foi mandado aos Srs. Vereadores, completamente equivocado, da Associação Gaúcha das Empresas de Programação e Propaganda ao Ar Livre. Ela faz uma série de observações, e nós tivemos o cuidado de enviar aos Srs. Vereadores a resposta a essas observações, e até fizemos um contato com os senhores empresários dizendo que eles, com as suas inquietações, nos davam tranqüilidade, não porque fossem contra o Projeto, mas porque ao que eles eram contra, a rigor, não tinha nenhuma influência negativa quanto ao seu trabalho.

Para encerrar, o Ver. João Dib está fazendo uma campanha a favor do nosso projeto, pela qual eu agradeço, bem como a alguns outros Vereadores que o estudaram.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Clovis Ilgenfritz, o Ver. Guilherme Barbosa inscreve-se e cede seu tempo a V. Exª.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, lamentavelmente, V. Exª se equivoca: sou contrário ao Projeto. Em 1830 o Presidente da Província já dizia que a lei deve ser amadurecida, pensada e baseada na experiência, que nós tínhamos leis demais e que nós não precisávamos de mais leis. V. Exª está fazendo mais uma lei.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: É, e Porto Alegre, na concepção de V. Exª, deveria ter parado no tempo e no espaço em 1830. V. Exª, aliás, representa bem essa época. Mas a Câmara tem que ter representantes de todas as épocas. Até Matusalém. Ver. Dib, por favor! Nós estamos tratando de um assunto sério! Eu vou retirar o Projeto, já vou avisando a todos. Não tem problema. Agora: eu sei que o próprio Ver. Dib, malgrado esses nossos desencontros de palavras aqui, vai dar atenção a ele. Por que um projeto não pode ser decidido e discutido pela Câmara? Antes disso, ele tem que ser sustado, porque alguns empresários vêm aqui e dizem coisas que são inverídicas. Estão defendendo interesses e estão constrangendo Vereadores porque, no ano que vem, temos eleições e, no ano que vem, votar este Projeto é muito complicado. Eles estão nos constrangendo através daquele processo dos outdoors, e este Projeto não prejudica os outdoors. Este Projeto mexe com coisas muito mais substanciais da sinalização urbana, do processo de uso da Cidade, do visual urbano, de as pessoas poderem se comunicar, saber onde estão, do nome das ruas, da propaganda escrita nos painéis. Os outdoors não representam sequer 5% desse processo. Estou vendo os empresários aqui presentes. Nós não estamos prejudicando os senhores. O movimento que os senhores fizeram não é sério. Desafio os senhores para qualquer discussão, aqui ou em qualquer lugar. Não é possível que a Câmara fique sujeita a esse tipo de lobby. Se tivesse fundamento em algumas coisas que pudessem ter processo reivindicatório... Não que sejam contra, como é o caso das licitações serem renovadas e feitas todos os anos. Estamos abertos. Mas eles não querem; querem discutir de novo, transferir para o ano que vem, com a desculpa de que não tiveram tempo de conhecer, enquanto que conhecem o projeto melhor do que nós. Sabem eles que esse tipo de projeto está aprovado em Belo Horizonte, não pelo PT, mas por outros governos. O que existe em São Paulo foi ratificado e aprovado, da fase da Prefeita Erundina, mas foi feito pelo PSDB (do Ver. Antonio Hohlfeldt). Tenho certeza de que ele está atento a isso. Não podemos mais ficar nessa situação, onde recebo, no meu gabinete, os senhores empresários, pelos quais, pessoalmente, tenho o maior respeito, para nos dizerem um monte de coisas que queriam que fossem feitas, tal e tal. E estão com um documento pronto para entregar para os Vereadores! Só para nós, do PT, não entregaram. Para todos os Vereadores, menos para o PT! Depois ficam mandando docinho, pensando que alguém aqui é o quê? Mandaram docinho, sim, uma cestinha! É essa realidade que nos deixa mal perante a população. Corre aí pelos corredores da Câmara - mas eu não disse isso - que cada um vai ganhar não sei quantos outdoors. Não é verdade. Duvido que façam isso. Seria o cúmulo, uma indignidade para nós, Vereadores, ganhar outdoor! Não é esse o nosso papel aqui. Agora: os outdoors continuam como estão. Apenas existem alguns conflitos sobre alguns pontos da Cidade onde o outdoor é colocado de forma prejudicial ao visual, de forma prejudicial ao trânsito, criando problemas de enganar o motorista, confundindo-o. Mas não é só outdoor. São outros projetos. E estamos propondo, até, para os empresários que se abram espaços para eles, para propaganda em murais, em edifícios, que esses murais sejam feitos com 20% de propaganda e o restante com obras de arte para promover os artistas gaúchos. Existe muita coisa boa.

Eu queria dizer aos senhores empresários que nós vamos transferir, não pelo looby que eles fizeram, porque aí sim, nós preferimos perder aqui a ficar sujeitos àquele tipo de documento que nos mandaram, que é absolutamente sem conteúdo. Agora: porque eu respeito os Srs. Vereadores, conversei com alguns Líderes de Bancada, inclusive o Ver. Nereu D’Ávila, o Ver. Antonio Hohlfeldt, o Ver. João Dib e outras Lideranças, e do nosso partido, inclusive. Discutimos isso na nossa Bancada. Nós não vamos insistir com a discussão e com a votação neste ano, mas nós queremos deixar gravado tudo o que eu disse para que no ano que vem a discussão seja feita por nós, pela comunidade, com a consulta devida aos determinados setores, inclusive empresariais, para que se faça um projeto para Porto Alegre. Nós queremos agradecer a oportunidade, o tempo que nos foi concedido pelos Srs. Vereadores, e dizer que nós mandamos por escrito para cada Vereador o Projeto, as nossas ponderações, as respostas aos empresários, que estão com medo eu não sei do quê. Poderiam cerrar fileiras conosco e ajudar Porto Alegre a se desenvolver sem esse tipo de procedimento. Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, solicitando que o PLCL n° 021/92 seja retirado de tramitação. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. João Verle, solicitando que o PLE n° 087/93 seja considerado em regimento de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, de Finanças e Orçamento, e de Urbanização, Transportes e Habitação. Em votação. (Pausa.)

O Ver. Mário Fraga solicita votação nominal para o presente Requerimento. Com a palavra o Sr. Secretário.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 08 Srs. Vereadores votaram SIM, 17 Srs. Vereadores votaram NÃO e 02 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento do Ver. João Verle.

 

(Votaram SIM os Vereadores Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Verle, Gerson Almeida, Clovis Ilgenfritz e Antonio Hohlfeldt. Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mario Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Letícia Arruda e Jacão Machado. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Pedro Américo Leal e João Motta.)

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ainda, sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, solicitando Moção de Repúdio à posição dos Ministros Ilmar Galvão, Celso de Mello, Moreira Alves e Octávio Galloti, que votaram a favor do mandado de segurança impetrado pelo ex-Presidente Fernando Collor.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Solicito a retirada do Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h02min.)

        

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